“Quando me perguntam sobre a velhice eu digo que não sei, porque não sou velho; sou às vezes um adolescente, outras vezes um adulto curioso. Continuo estudando muito, lendo e trabalhando”, Sarney.
A história registra o surgimento de um dos mais incontestes líderes da política brasileira. Hoje, aos 90, celebrando a passagem do seu aniversário em reunião virtual com amigos e familiares, José Sarney evidencia a importância das relações no palco das emoções que vão muito além dos encontros físicos ou presenciais.
Durante 60 anos, José Sarney vem se destacando na história e na vida política do Brasil. Em 1955, quando entrou para este cenário como deputado federal, já se sobressaiu nas duas Casas do Congresso Nacional. Tinha o poder de se comunicar muito bem e sintetizava seu discurso em frases curtas e de grande impacto, bem assimiladas por todos que ouviam.
Em 1982 transformou profundamente o Maranhão como governador eleito pelo voto direto. Fez uma administração moderna e eficiente, responsável por grandes obras estruturantes, tais como: o Porto do Itaqui; a pavimentação da BR-135 e do trecho da BR-316 que liga São Luís a Teresina; a Hidroelétrica de Boa Esperança, no Rio Parnaíba, que manteve constante o consumo de energia elétrica no Maranhão; a ponte do São Francisco ligando o Centro Histórico à São Luís moderna e dinâmica, junto às praias; a Barragem do Bacanga urbanizando imensas áreas entre a cidade histórica e o Porto do Itaqui.
Dentre as obras no Estado destacam-se: a primeira linha de ferry boats, ligando São Luís à Baixada e esta ao Estado do Pará, por meio do asfaltamento da MA, conectada à BR 316. Além de asfaltar os ramais rodoviários para Rosário, Itapecuru, Santa Inês, Bacabal, Coroatá, Codó, Coelho Neto e Caxias. Abriu a rodovia Santa Luzia-Açailândia, que mais tarde deu apoio à construção da Ferrovia de Carajás.
Criou a Caema (Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão) dando início à oferta de água tratada ao Estado. Criou a Cemar (Companhia Energética do Maranhão) que modernizou a distribuição da energia elétrica aos maranhenses.
Na Saúde abriu diversos hospitais por todo o Estado e, na Educação, criou a Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, com o curso de Engenharia Civil. Criou a TV Educativa para ampliar o tele ensino e massificar a educação, um avanço importante para a época que ainda não possuía a tecnologia de ensino a distância.
Em 1985, ao lado de Daniel Krieger, no Senado, Sarney fez parte do grupo da Arena que manteve diálogo com o MDB. Participação que permitiu a eleição da chapa civil com Tancredo Neves. Na ausência deste, coube ao vice-presidente eleito José Sarney conduzir a transição democrática, assumindo a Presidência da República e a responsabilidade pela implantação da Nova República. Manteve o diálogo entre forças políticas da esquerda e lideranças militares. Promoveu a estabilidade política necessária à continuidade do projeto democrático.
Sarney enfrentou mais de 500 greves durante o seu governo, em meio ao renascimento dos movimentos sociais, mas, ainda assim, restituiu as liberdades de expressão em espaços públicos à população.
Convocou a Assembleia Nacional Constituinte e na Constituição Cidadã de 1988 restituiu o funcionamento dos partidos que estavam na clandestinidade, conferiu liberdade aos sindicatos, garantiu o voto aos analfabetos e pôs fim à censura. “O grande e novo pacto nacional, que fez o país reencontrar-se com a plenitude de suas instituições democráticas”, disse no ato da promulgação da Carta.
Graças às medidas de modernização da administração orçamentária, como a criação da Secretaria do Tesouro Nacional, foi possível a unificação do Orçamento geral da União, iniciativa responsável pelo o que é hoje a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Como presidente, deixou implantado e inaugurado o trecho da Ferrovia Norte Sul que se conecta a Ferrovia dos Carajás, em Açailândia, o mais importante trecho para o Maranhão. A ferrovia corta todo o Estado até Porto Franco. Para garantir a continuidade da Norte Sul também foi construída a ponte sobre o Rio Tocantins, em Estreito, com objetivo de ligar ao sistema ferroviário do Sul do País e, consequentemente, ao Porto de Santos. Muito combatida no passado, a obra hoje se aproxima de sua conclusão.
Na reta final dessa trajetória, Sarney foi senador pelo Amapá. No Congresso Nacional onde foi quatro vezes eleito presidente, manteve a liderança nacional.
“Na sua longa caminhada como homem público, Sarney nunca descurou da família, à qual sempre dedicou amor, carinho e atenção. Também nunca deixou de cultivar boas amizades, muitas delas com intelectuais do mundo todo.
Poeta, romancista, contista e ensaísta, José Sarney é da estirpe dos intelectuais maranhenses que remonta à São Luís do século 18, a “Atenas brasileira”. Integra a Academia Maranhense de Letras desde 1952 e a Academia Brasileira de Letras desde 1980. Durante 20 anos ininterruptos, escreveu crônica semanal para o jornal Folha de S. Paulo”. Folha de São Paulo.
Uma homenagem do MDB-MA
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